terça-feira, 15 de setembro de 2015

Diante de mais uma crise econômica o governo federal anunciou nesta segunda-feira um conjunto de medidas para “tapar” o rombo no orçamento de 2016. Dentre as medidas anunciadas estão alguns cortes de despesas e aumento de impostos. A despeito da validade de discutir uma ou outra medida isoladamente os três itens que realmente importam não foram novamente trazidos à tona:
1) Qual caminho o Brasil vai tomar daqui para a frente? Qual é o planejamento de médio e longo prazo?
            Perdidos no meio de uma crise, novamente estamos correndo contra o tempo quando na verdade todo bom administrador sabe que a antecipação do problema e a análise de riscos de curto, médio e longo prazos são fundamentais para o sucesso de qualquer administração. No Brasil deixa-se o aeroporto ter um movimento muito maior do que suporta para daí começar a pensar em ampliá-lo, deixa-se a rodovia ficar completamente esburacada e intransitável para daí começar a pensar em recuperá-la, deixa-se entrar em uma profunda crise, ficar sem dinheiro para comer o pão de amanhã para daí começar a pensar em como economizar. O Brasil precisa de projeto, o Brasil precisa de planejamento, o Brasil precisa de administração, de engenharia, o Brasil não precisa de políticos interessados unicamente em poder.
2) Quando serão feitas reformas realmente estruturais que melhorem e tornem eficiente a gestão da máquina pública?
O Estado tem que ser eficiente, gerir o que realmente importa. No afã pelo poder, em especial nos governos petistas houve um inchaço brutal da máquina pública. Segundo matéria veiculada na revista Exame entre 2003 e 2013 o número de servidores federais ativos aumentou 24% enquanto a população aumentou 10% segundo o Banco Mundial. O salário médio inicial de um técnico administrativo no setor privado no final de 2013 era de R$1.600,00 enquanto no poder público federal era de mais de R$5.000,00 mês. Quanto maior o Estado maior o controle que Ele tem sobre a população.
3) Quando passaremos a deixar de defender interesses de uma parcela da população ou de um grupo e passaremos a pensar no que realmente faria a diferença para nosso país?
Quanto maior o controle, maior o poder e maior chance para a corrupção. É óbvio que alterações no modelo atual de governança geram muitas reações em especial daqueles que se beneficiam dele. Existe alguma justificativa para, em meio a uma das maiores crises dos últimos anos, os servidores do judiciário terem lutado por um aumento salarial de 78% em 2015? Quantas vezes você já ouviu algo do tipo: “bom, mas no governo “x” meu salário aumentou muito, no governo “y” não valorizavam nossa classe.  Isso exemplifica que no Brasil muitos pensam que se está bom para mim está bom para o país. Este pensamento egocentrista explica em parte nosso atraso e subdesenvolvimento. Nações mais desenvolvidas são formadas por cidadãos que pensam no todo e não em si próprios. Eles sabem que se o país for bem todos serão beneficiados. Quer um exemplo? Em 2014 em um referendo os suíços votaram não pela elevação e instauração de um salário mínimo de 3300 Euros para seus cidadãos sendo que a maioria justificou seu voto pelo fato de que isso poderia ser uma ameaça ao emprego e às empresas. Quer outro? Na Suécia, na campanha eleitoral os candidatos trocam idéias e projetos e dividem material nos debates discutindo o que seria melhor para o país.

Diante disso convido você a refletir: estamos no caminho certo? O governo federal que aí está tem condições de nos levar pelo caminho do bem do país? As ações tomadas pelo partido e pela presidente demonstram que eles pensam no bem da nação? Responda na próxima eleição e, enquanto ela não vem, que tal lutarmos e sermos ativos nas cobranças junto a nossos representantes?